SOBRETUDO ROMA MAS TAMBÉM PARIS: a origem das obras de ourivesaria importadas no reinado de D. João V
Teresa Leonor M. Vale
(ARTIS-Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Durante todo o século XVIII verifica-se de uma forma senão generalizada, pelo menos muito difundida, a prática da importação de peças de ourivesaria italiana, sobretudo de carácter sacro.
As motivações subjacentes a tal fenómeno podem ser identificadas desde logo ao nível da “moda” mas não pode ignorar-se igualmente a qualidade e sobretudo o prestígio da arte italiana em geral (e neste caso particular da ourivesaria), que desde sempre suscitou e justificou a sua importação para o nosso país.
Também Paris, e o requinte associado à corte e, por inerência, à arte que aí se produzia e consumia, se constituirá como alvo das atenções do Magnânimo e da corte nacional no que à importação de peças de ourivesaria concerne.
Na presente comunicação procuraremos abordar as campanhas joaninas de importação de obras de ourivesaria (destinadas a espaços tão relevantes como a Real Basílica de Mafra, a Patriarcal de Lisboa e a capela de S. João Baptista) mas também se concederá atenção à importação de peças por parte de membros da corte, num processo de emulação do soberano que se assume como relevante.