INÍCIO  >  AGENDA  >  APRESENTAçãO DO LIVRO "MACRO DE ECONOMIA ABERTA: ENSINO E PRáTICA DEPOIS DE ABRIL"
Apresentação do livro "Macro de Economia Aberta: Ensino e Prática depois de Abril"
   10 de Maio - 17 horas
Publicação comemorativa da Academia das Ciências de Lisboa para celebração do Simpósio de Estudos Keynesianos aí realizado em 1977

ÍNDICE

Novos Atores

Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal (BdP)

Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP)

Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (FEUNL)

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC)

Introdução do Ensino da Economia em Angola

Incumbentes

Grupo de Estudos Básicos de Economia Industrial (GEBEI)

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL)

Instituto Superior de Economia e Gestão (ISCEF/ISEG)

Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC)

Ensino e Prática no Porto

 

AUTORES

Sócios (número, filiação)

Sócios nacionais (filiação)

Convidados (filiação)

 

P. Pitta e Cunha (13, FDUL)

Isabel Horta Correia (UCP)

 

Carlos Bastien (ISEG)

 

José Luís Cardoso (15, ICS)

Pedro Pita Barros (UNL)

 

Fernando Brito Soares (UNL)    

 

J. Braga de Macedo (18, UNL)

 

Eduardo Paz Ferreira (FDUL)

 

João César das Neves (UCP)

 

Manuel Porto (FDUC)

 

Teodora Cardoso (CFP)

 

João Rodrigues (FEUC)

 

Jaime Reis (8, ICS)

 

Maria de Fátima Bonifácio (ICS)

 

Luís Máximo dos Santos (BdP)

 

António Pinto Barbosa (UNL)

 

Sócios CPLP (filiação)

Maria Eugénia Mata (UNL)

 

Manuel Pinto Barbosa (UNL)

 

José Alves da Rocha (UCAN)

 

Miguel Cadilhe (FEP)

 

Diogo Lucena (UNL)

 

Fátima Moura Roque (UCP)

 

 

J. A. Sousa Andrade (FEUC)

Renato Flores (FGV)

 

 

 

RESUMO (draft, não distribuir)

No ensino e na prática da macroeconomia, a revolução de 25 de Abril chocou incumbentes e deu origem à entrada de novos atores, influenciados pela macroeconomia de economia aberta, conhecida nos Estados Unidos por International Finance and Macro. Seguindo a abordagem interdisciplinar iniciada em 2008 relativamente à surpresa da crise financeira global, a secção de economia e finanças realizou um workshop no 40º aniversário da palestra do organizador o Simpósio de Estudos Keynesianos, António Manuel Pinto Barbosa, no qual participaram Moses Amzalak, Soares Martínez, Jacinto Nunes, Silva Lopes e Paulo de Pitta e Cunha. Dezassete sócios da secção (portugueses, angolanos e brasileiro) e cinco convidados contribuíram para esta publicação, patrocinada pelo Banco de Fomento Angola.

Saliento o papel de Alfredo de Sousa e de “Quatro Ases” (três participantes no Simpósio e Miguel Beleza, o “modelo da nova economia”) que também estudaram no atual ISEG e colaboraram com a Nova SBE e o Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, cuja direção viria a ser dada a Aníbal Cavaco Silva, quando Vitor Constâncio passou a vice-governador. O Gabinete incumbente, dito dos Estudos Básicos de Economia Industrial, era universalmente conhecido por GEBEI. João Cravinho, que se manteve se sempre na chefia, revela que a validação externa, especialmente através da OCDE, era muito desejada antes de Abril. Ao contrário dos dois Gabinetes lisboetas, em que as influências principais são de formação anglo-saxónica, os dois novos actores universitários da capital, Católica e Nova, deveram-se, no que toca à investigação económica, à energia reformista de um portuense cuja formação pós-graduada era francesa. Também está na terra natal de Sousa o Gabinete de Estudos do BPA, abordado por Miguel Cadilhe.

Ressalta a influência de Rudi Dornbusch que, como diz Teodora Cardoso, “tinha pensado em tudo e viria algum tempo depois a publicar o Open Economy Macroeconomics - que nós começámos a aplicar antes de ele ter sido finalizado”. Ora o modelo da pequena economia aberta foi adaptado ao longo prazo pelo seu discípulo e meu orientador Pentti Kouri para analisar os “ciclos de desvalorização” da divisa finlandesa. Nos países pobres em capital, como Alemanha do pós-guerra, Finlândia ou Portugal: “se o salário real se mantém no nível alto, a economia não cresce o suficiente para absorver o crescimento da força de trabalho”. Isso pode levar a uma “crise do capitalismo”, como também conclui com Paul Krugman no nosso “As consequências económicas do 25 de Abril”: “O dilema da economia de mercado politizada poderia ter sido eliminado introduzindo uma economia de planificação central. Mas isso teria tido outras consequências económicas e políticas, que cremos muito piores.”

Nada de mais longe do “olhar entusiástico em relação à promoção das forças do mercado” que João Rodrigues associa à “economia neoclássica”. Talvez na tradição da economia radical americana, que gosta de atender às várias escolas de pensamento, Renato Flores lamenta “a ausência de maiores elos entre os insumos que o sistema educacional forneceu e fornece e a práxis correlata, no âmbito de uma história que, sem dúvida, fornece um fascinante estudo de caso” e afirma que as “exigências sempre constrangedoras de Bruxelas…oferecem fértil campo de análise para verificar o que de didática e ensino autónomos restou, em meio às fortíssimas condicionantes externas”.

Jorge Braga de Macedo, organizador