Resumo: O objetivo desta palestra é refletir sobre as miradas antropológicas da formação e reprodução das identidades culturais locais em contextos de globalização. E uma forma de o fazer é pensar nas mudanças nas classificações, representações e identificações de ‘nós’ e dos outros, do ser de aqui e ser de ali, de ser local e de ser global, de ser da do lugar e ser cosmopolita. Tenciono fazer uma genealogia do conceito de identidades e de identificações coletivas, apontando a incompletude permanente de toda identidade e as tensões e dialéticas entre diferentes níveis de construção identitária glolocal: a intimidade cultural e a identidade local, a identidade regional, a identidade nacional, a identidade nacional-estatal, a identidade transnacional, a identidade universal e a identidade mundial. Ao longo da palestra abordarei em primeiro lugar os diferentes modos antropológicos de interpretar a identidade e a alteridade, para mais logo fazer uma crítica dos essencialismos e primordialismos identitários em contextos de globalização contemporânea. No fim, concluirei que mais além de conceitos críticos como raça, cultura, comunidade, fronteira e etnicidade, junto com as suas práticas políticas, os seres humanos temos o desafio permanente de viver juntos e de construir modelos de convivência interculturais que lidem bem com as diferenças, resolvam e ultrapassem as desigualdades e os conflitos identitários e entre identidades