INÍCIO  >  AGENDA  >  TARDES NA ACADEMIA — SESSãO I
Tardes na Academia — Sessão I
   30 de Novembro - 17h30
«A domesticação do cão: o que a Zooarqueologia pode dizer. O cão mesolítico do concheiro do Cabeço da Arruda (Muge)», com a "jovem cientista" Cleia Detry e o académico João Luís Cardoso

O Seminário de Jovens Cientistas (SJC) propõe «Tardes na Academia».

Esta iniciativa promove o encontro de gerações de cientistas e investigadores, nos vários domínios da ciência e do saber representados no SJC.

∗  ∗  ∗

Tardes na Academia — Sessão I

«A domesticação do cão: o que a Zooarqueologia pode dizer. O cão mesolítico do concheiro do Cabeço da Arruda (Muge)», Cleia Detry e João Luís Cardoso

RESUMO: A domesticação do cão é um tema ainda muito discutido. Onde? Quando? Como? São as questões mais revisitadas por cientistas em todo o mundo. Havendo cada vez mais vestígios de canídeos antigos a história adensa-se, aumentando a dificuldade de dar uma resposta cabal e inequívoca a tal pergunta. Nos últimos anos a contribuição das análises de ADN recente e antigo têm vindo a contribuir para a discussão.

É consensual que o cão existe há pelo menos 15.000 anos, havendo alguns investigadores que admitem a existência de restos de canídeos domesticados há cerca de 30.000 anos. O centro original da domesticação parece ser ainda mais discutível, levando-nos a admitir com maior probabilidade a hipótese de o cão ter resultado da domesticação do lobo em várias regiões.

Em Portugal, o cão Mesolítico de Muge, contribui para essa discussão, sendo, em conjunto com o cão encontrado recentemente num dos concheiros do Sado, um dos enterramentos mais antigos de cão na Península Ibérica, com cerca de 7600 anos. Nesta comunicação apresentar-se-á a história da identificação, as características do indivíduo com base na análise morfológica e biométrica, e os resultados da investigação realizada, a par de algumas particularidades observadas no crânio que parecem evidenciar violência.