Resumo: Apesar do seu carácter permanente, o museu tem sofrido, ao longo da sua existência, alterações significativas na forma como se relaciona com o mundo que o rodeia. Nos seus primórdios, salvo raras excepções, servia uma pequena fatia de privilegiados mais instruídos ou abastados, com o advento das democracias, abriu as portas a uma maior faixa da população e, actualmente, é uma instituição aberta e inclusiva, acessível pela população e turistas em números nunca vistos em Portugal ou internacionalmente.
Vários foram os factores que contribuíram para estas alterações, mas é indiscutível que recentemente nada transformou o museu como a digitalização do seu ambiente, das suas colecções, dos seus serviços e dos seus públicos. O museu do futuro, ou melhor os museus do futuro, terão que enfrentar o desafio de acompanhar as mudanças que a tecnologia impõe para se manterem como instituições de carácter permanente e abertas ao público, como nos diz a própria definição de museu, mas estarão preparados para a magnitude da tarefa?
Procuramos, nesta apresentação, reflectir sobre alguns aspectos relacionados com a gestão, os recursos humanos, a documentação, a conservação e a acessibilidade aos museus que nos parecem centrais para superar o desafio que o digital coloca.
Alexandre Matos
Porto, Dezembro de 2018