Resumo: A crescente importância da História Ambiental como disciplina que se debruça sobre o estudo da inter-relação sociedade / ambiente, e a responsabilidade que, nessa relação, tem vindo a ser dadas às ações do homem, obriga-nos a repensar as várias vertentes do papel das comunidades humanas, ao longo da história, enquanto agentes de mudança. Neste contexto, o período dos Descobrimentos portugueses é um campo de estudos em aberto, e tem sido apontado como um tempo de mudança cujas consequências estão longe de ser consensuais. A proposta desta palestra é a de chamar atenção para a importância de abordar os descobrimentos portugueses na perspectiva dos seus diferentes impactos ambientais sublinhando, em simultâneo, o contributo da documentação produzida durante esse período para a construção de uma história ambiental das regiões que integraram então o Império português.
Nota biográfica: Doutorada em História dos Descobrimentos e da Expansão. É, desde agosto de 2015, investigadora do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de que é vice-directora, vice-coordenadora da linha de investigação Science and Empire e coordenadora do Projecto Empires: Nature, Science and Environment.
Foi professora na Universidade Eduardo Mondlane (Maputo) e investigadora do Instituto de Investigação Científica Tropical (Lisboa) onde integrou diversos projetos de cooperação com os países da CPLP.
A sua principal área de investigação é História da África e do Oceano Índico, especialmente Moçambique e África Austral (séculos XVI-XIX), com particular ênfase em temas relacionados com expedições científicas, saberes e práticas tradicionais, biodiversidade e problemas ambientais no contexto colonial.