Resumo: Em cada ponto do nosso planeta o HOMEM tem vindo a aumentar as exigências acima dos limites aconselháveis e consequentemente alterando o seu ambiente natural, bem como o de outros organismos vivos que com ele coabitam. Estas exigências não se devem apenas ao crescimento populacional, mas também ao aumento dos padrões de vida. A Água é um dos mais importantes constituintes, em primeiro lugar pela sua existência fisiológica, e dos outros organismos, e pelos muitos usos: tais como indústria, agricultura, vida aquática, geração de energia….
A sua distribuição varia grandemente nos diferentes continentes: excesso de água em determinadas zonas e escassez noutras. Por outro lado, a população humana está distribuída de maneira diferente: regiões ricas em água podem ter poucos habitantes (Amazónia), em contraste com zonas densamente povoadas (Sudeste da Ásia). Os desertos sem água e as regiões polares com água no estado sólido. A qualidade da água pode sofrer muitas alterações devido ao uso indevido, condicionando a presença de organismos e biocenoses nas diferentes zonas do globo. A urbanização excessiva, o crescimento dos centros populacionais, presença de indústrias, agricultura, podem destruir o equilíbrio natural e a potabilidade da água em muitas regiões. A quantidade de água no mundo é sempre a mesma (ciclo hidrológico), mas a relação contaminação /qualidade está a aumentar descontroladamente.
Para determinar a qualidade da água é preciso monitorizar e controlar os poluentes existentes, e acesso a equipamentos e técnicas inovadoras que nos permitam identificar e quantificar concentrações na ordem dos microgramas e nanogramas por litro de compostos muito tóxicos. Entramos pois numa nova era da química analítica: estudo dos POLUENTES EMERGENTES, poluentes correntemente não incluídos nos programas de monitorização na Europa ,e, que podem ser candidatos a uma regulação futura, dependendo da investigação da sua ecotoxicidade, potenciais efeitos na saúde, perceção pública e na monitorização dos resultados tendo em conta a ocorrência em vários compartimentos ambientais.
Nesse sentido a EU, tem vindo a publicar diferentes diretivas com a finalidade de impor regras aos Países para inverterem este comportamento inadequado: Diretiva 2000/60/EC- Lei Quadro da Água; Decisão 2455/2001/EC, sobre as substâncias prioritárias, Diretiva 2008/105/EC,(EQS) Padrões de qualidade ambiental. Quais as principais preocupações? Baixa toxicidade aguda vs toxicidade para a vida selvagem; possibilidade de acumulação nos tecidos dos animais (fragâncias,”antifouling”, compostos polifluorados); resistência aos antibióticos dos organismos patogénicos); desreguladores endócrinos que afetam a reprodução, fisiologia e crescimento das espécies aquáticas (esteroides, hormonas, pesticidas). A água não é um produto comercial como qualquer outro, mas sim uma herança de todos nós que deve ser protegida, defendida e tratada como tal.
Nota Biográfica: Fundou o IAREN-Instituto da Água da Região Norte em 1991, com sede na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto até 2003 e a partir desta data em instalações próprias em Matosinhos. Prestou assessoria ambiental a várias Instituições Associadas do IAREN em várias temáticas: águas naturais destinadas a vários fins, efluentes industriais, em aterros sanitários e outros estudos ambientais. Coordenou cerca de 120 estágios de técnicos de laboratório, e um número semelhante de estágios extracurriculares de alunos da FFUP, através de um acordo com a Associação dos Estudantes da FFUP. Dirigiu e lecionais 15 cursos de formação. Orientou 12 alunos pós-graduados das Universidades de Vigo e da Coruña; Elaborou 18 Relatórios Técnicos sobre os Rios da Região Norte; Supervisionou 100 Ensaios Interlaboratoriais .Foi Secretária Geral da ENEAP- European-Mediterranean Association for Environmental Education Assessment and Protection de 2008 a 2010; Fez parte da Direcção da NORMAN ASSOCIATION de 2010 a 2014 e é Presidente da Direcção do IAREN desde a fundação.