03 de Março - 18 horasResumo: O solo é um recurso não renovável à escala humana, com funções ambientais, sociais e económicas fundamentais. O aumento da pressão populacional, a industrialização, as alterações climáticas e o uso intensivo da terra têm vindo a causar o seu esgotamento e a limitar o seu desempenho em relação às suas funções, tais como produção de biomassa, sequestro de carbono, controlo da quantidade e qualidade da água, ou da biodiversidade. Em 2015, através da Agenda 2030, a comunidade internacional reconheceu a necessidade de alteração da trajetória de desenvolvimento dos países e regiões. Desde logo a União Europeia ambicionou ser líder na implementação da Agenda 2030, compromisso esse recentemente renovado pela Comissão Europeia (2019-2024), sendo explícita a vontade de alinhar a integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas suas políticas. No que respeita à contaminação do solo, apesar de haver disponíveis variadas tecnologias de remediação que serão visitadas, em particular a electro remediação, a prevenção e a precaução devem ser o foco das políticas de proteção do solo. Uma vez que os contaminantes podem ultrapassar os limiares despercebidos, é importante ter sistemas de monitorização e de alerta precoce para proteger o ambiente e a saúde humana. A avaliação e a gestão de locais contaminados tendo em conta o risco é relevante. Contudo, manter os solos em bom estado é uma condição essencial para a sustentabilidade da nossa sociedade a longo prazo. A complexidade da contaminação do solo é tal, que evitar novas contaminações tem de ser o "objetivo fundamental para o futuro".
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Nota biográfica: Professora Associada com Agregação na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (FCT NOVA) na área de Engenharia do Ambiente. Coordenou o CENSE - Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade entre 2013 e 2017. Leciona e é investigadora nas áreas da poluição do solo e técnicas de remediação, entre outras. Tem liderado vários projetos de investigação internacionais e nacionais na vertente da economia circular, desenvolvendo tecnologias eletro-inovadoras, com o objetivo de fechar ciclos, estudando a remoção de contaminantes orgânicos e inorgânicos do solo, resíduos de madeira tratada, resíduos mineiros, lamas, cinzas volantes, visando a valorização dos sólidos e líquidos (eletrólitos), com recuperação de matérias-primas (críticas) secundárias. O desenvolvimento de novas metodologias analíticas para a caracterização de matrizes ambientais complexas poluídas e a monitorização de processos de remediação têm também sido um dos objetivos da sua equipa no RESOLUTION Lab, visando formar recursos humanos e promovendo o intercâmbio internacional de estudantes de todos os ciclos de estudo.