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Mudanças globais e doenças emergentes
Jorge Atouguia (IHMT/UNL)
A atual pandemia de SARS-CoV-2 é o paradigma máximo da intrínseca relação entre o surgimento de doenças emergentes, mudanças globais e a sustentabilidade.
Se as epidemias, pelo menos nos países com maior nível de desenvolvimento econômico e social, raramente provocam disrupções severas em termos de sustentabilidade, já nos países com maiores fragilidades, sobretudo da áfrica subsahariana, um simples surto epidémico de uma doença emergente ou reemergente pode comprometer seriamente a o seu plano e estruturas económicas e sociais. São exemplos recentes as epidemias de cólera, febre amarela, vírus Marburgo e ébola, apenas para citar algumas.
Quando uma epidemia se estende a diferentes regiões e continentes de uma forma incontrolada, a sua causa deverá ser um agente infeccioso novo, para o qual não existe tratamento conhecido nem vacina. Só assim se justifica que países com boas condições económicas e com sistemas de saúde sólidos não consigam conter a epidemia. Nessas circunstâncias, estamos perante uma situação de pandemia.
Os agentes infecciosos mais frequentes, as suas origens, as características da transmissão, os tipos de resposta científica e social que foram dados durante as principais pandemias que ocorreram no passado, na atual, e as perpectivas futuras serão objecto de reflexão nesta conferência.
Nota Biográfica
Jorge Atouguia é Especialista em Doenças Infecciosas e em Medicina Tropical, e Doutorado em Medicina Tropical pela Universidade Nova de Lisboa.
É Professor Associado aposentado do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, onde foi Diretor da Unidade de Clínica das Doenças Tropicais durante vários anos. A sua atividade docente e de investigação inclui colaborações com universidades europeias, africanas e da América do Sul, e consultoria na área da Doença do Sono para a Organização Mundial de Saúde.
Atualmente exerce a sua atividade clínica assistencial na Clínica de Medicina Tropical e do Viajante, em Lisboa, onde é Diretor Clínico, e no Hospital CUF Descobertas, como consultor em Doenças Infecciosas e Tropicais. Jorge Atouguia é Sócio Fundador e Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante desde 2015.