As conferências realizam-se online, através da plataforma Zoom. Dividido em três partes — Música, Belas-Artes e Literatura — o ciclo decorre nos meses de fevereiro, março e abril.
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A peste e a música na Idade Média e no Renascimento
Manuel Pedro Ferreira (CESEM-FCSH/UNL)
As pestilências são omnipresentes não apenas em meados do século XIV, altura em que a Europa foi duramente atingida pela Peste Negra, mas também nos séculos anteriores e imediatamente posteriores. Entre as manifestações que a sociedade encontrou para lidar com a morte e o seu espectro, a música e a dança, em conexão ou não com ritos religiosos, ocupam um lugar privilegiado. Nesta conferência recordar-se-á o antigo quadro sonoro de manifestações públicas de luto e traçar-se-á uma panorâmica daquelas manifestações, ilustrada por exemplos.
Nota biográfica
Manuel Pedro Ferreira (n. 1959) estudou música no Conservatório Nacional, licenciou-se em Filosofia na Universidade de Lisboa e doutorou-se em Musicologia na Universidade de Princeton; ensina desde 2000 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde ocupa a cátedra de Musicologia Histórica e coordena o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM). Tem-se dedicado sobretudo ao ensino e à investigação da música da Idade Média e do Renascimento, sem descurar a interpretação musical: dirige desde 1995 o grupo Vozes Alfonsinas, com o qual gravou cinco discos. Como musicólogo, publicou mais de duzentos trabalhos científicos e dirigiu vários projectos de investigação. Escreveu ou coordenou mais de vinte livros, entre os quais: O Som de Martin Codax (Lisboa, 1986); Cantus coronatus — Sete cantigas d'amor d’El-Rei Dom Dinis (Kassel, 2005); Dez compositores portugueses. Percursos da escrita musical no século XX (Lisboa, 2007); Antologia de Música em Portugal na Idade Média e no Renascimento, 2 vols. (Lisboa, 2008); Aspectos da Música Medieval no Ocidente Peninsular, 2 vols. (Lisboa, 2009-2010); Revisiting the Music of Medieval France: from Gallican chant to Dufay (Farnham-Burlington, 2012); e Musical exchanges, 1100-1650: Iberian connections (Kassel, 2016). Tem também exercido com regularidade o ofício de crítico musical e feito incursões pela composição musical e pela poesia. É membro da Academia Europeia (desde 2010) e da direcção da Sociedade Internacional de Musicologia (desde 2012).