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"A arquitectura hospitalar portuguesa dos sécs XV-XVI face às epidemias." — Joana Balsa de Pinho (CLEPUL- FLUL)
   08 de Março - 18 horas
Portugal sob o signo das pandemias — História e Artes | Ciclo de conferências

As conferências realizam-se online, através da plataforma Zoom. Dividido em três partes — Música, Belas-Artes e Literatura — o ciclo decorre nos meses de fevereiro, março e abril.

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A arquitectura hospitalar portuguesa dos sécs XV-XVI face às epidemias.

Joana Balsa de Pinho (CLEPUL- FLUL)

As arquiteturas da saúde dos séculos XV e XVI, designadamente em contexto urbano, estão profundamente relacionada com conceitos de bem comum e do bom gorverno. Os hopsitais urbanos do período pré-moderno era instituidos e patrocidados pelos poderes públicos, civis e religiosos. Em momentos de crise, nomeadamente de surtos epidémicos, ocorria o reforço das estruturas sanitárias em função das teorias e práticas desenvolvidas em reação à própria doença. Nos inícios do século XVI, Lisboa dispunha de um grande moderno hospital, o Hospital Real de Todos os Santos, que, todavia, não tratava doentes contagiosos. Por este motivo desde finais do século XV procurava-se edificar um hospital para doente de peste na cidade de Lisboa, proposta que se insere no contexto do desenvolvimento de uma doutrina que entendia a peste como doença contagiosa e que fundamentou a elaboração de diversos regulamentos e legislação para a prevenções e controlo da doença em diversas cidades da Europa, sendo uma das principais medidas implementadas a criação de hospitais de peste e lazaretos.

A presente comunicação reflexir sobre as arquiteturas da saúde dos alvores da modernidade, recorrendo à cidade Lisboa como estudo de caso, destacando os investimentos arquitetónico-artísticos que eram empreendidos nestas estruturas, assim como ao seu papel simbólico como estrutura para garantir a boa reputação dos seus promotores.

Nota biográfica

Doutora em História da Arte pela Universidade de Lisboa, desenvolve investigação nas áreas da arquitetura assistencial e hospitalar de finais da idade média e do renascimento. Desde 2018, é investigadora responsável do projeto «Hospitalis – Arquitetura hospitalar em Portugal nos alvores da Modernidade», financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Presentemente é Investigadora Auxiliar no Artis – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.